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Presidente do BB diz que auxílio emergencial é “esmola” com “dinheiro alheio”

Banco do Brasil
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Rubem Novaes ainda divulgou vídeo de Bolsonaro contrário ao isolamento social, conduta fundamental para se tentar conter a pandemia 

coronavírus nos bancosO presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse nesta quinta (2) que o auxílio emergencial aprovado a trabalhadores na informalidade e autônomos é uma “esmola” dada “com o dinheiro alheio”. A mensagem de Novaes “Caiam na real” foi enviada via WhatsApp acompanhada de um vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro com o apelo de uma apoiadora pela reabertura do comércio no País, em meio à pandemia de coronavírus.

A reportagem foi publicada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo. Ao ser questionado sobre o envio do vídeo o presidente do BB afirmou que "governadores e prefeitos impedem a atividade econômica e oferecem esmolas com o dinheiro alheio, em troca". “Esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem. E pessoas querem viver de seu esforço próprio”, disse, acrescentando que, depois que se monta um "grande Estado assistencialista" fica difícil desmontá-lo. "Crises instigam os piores instintos intervencionistas e estatizantes. Não podemos deixar que esta crise médica, por mais séria que seja, destrua as bases de nossa sociedade”, ressaltou.

Para o diretor sindical e funcionário do BB, Otoni Lima a afirmação de Novaes mostra claramente que ele não tem a menor noção da importância dos bancos públicos. “O dinheiro não é alheio. Quem usa dinheiro alheio são os bancos, e através do spread e taxas lucram muito com isso. Seguindo a lógica do ministro Paulo Guedes, Novaes trata como se fosse dele o dinheiro público”, avalia, pontuando que o presidente do BB não reclama quando o governo anuncia medidas que beneficiam banqueiros. “Novaes precisa é mostrar como o banco vai proteger seus clientes e funcionários, ao mesmo tempo em que deveria oferecer o crédito necessário para a economia não travar de vez”, completa.

O auxílio emergencial a trabalhadores informais terá impacto de R$ 98 bilhões aos cofres públicos (leia mais sobre o assunto em matéria no site do Sindicato). Desde a semana passada, quando convocou cadeia nacional de rádio e TV para defender o fim do "confinamento em massa", Bolsonaro tem feito críticas a medidas adotadas por governadores e prefeitos para conter o avanço do coronavírus, como o fechamento de escolas, shoppings e lojas.

As restrições seguem orientações de organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, que aponta o isolamento social como o método mais eficaz de se evitar a propagação da doença, que já causou 37 mil mortes em todo o mundo e 241 no Brasil até ontem, 1º de abril.

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