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Candidato eleito deve estar comprometido com a lute contra a privatização do banco público e defesa do funcionalismo. Votação vai de 23 a 27 de janeiro, exclusiva aos trabalhadores da ativa
Pela terceiriza vez em quatro anos os trabalhadores da ativa elegerão o Conselheiro de Administração Representante dos Funcionários (Caref) do Banco do Brasil. A votação ocorre em todo o País de 23 a 27 de janeiro. O representantes dos trabalhadores têm mandato de dois anos e, entre suas funções, está a fiscalização da execução da política geral de negócios e serviços da instituição financeira. É no Conselho de Administração que se tomam decisões sobre a atuação do banco e que impactam diretamente no dia a dia dos bancários, o que torna fundamental a escolha de um representante comprometido com os trabalhadores. Cento e vinte funcionários se inscreveram para a disputa, e as candidaturas estão sendo analisadas pela Comissão Eleitoral. Assim que começar a campanha, em 6 de janeiro, será imprescindível analisar os currículos e o histórico dos candidatos para tomar a decisão.
O novo regulamento das eleições estabelece que só podem se candidatar pessoas que ocuparam cargo de gerência, excluindo, assim, caixas, escriturários, entre outros. A mudança ocorreu devido ao Estatuto das Estatais, que está sendo questionado por ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) pelo movimento sindical e associativo no Supremo Tribunal Federal. Como votar – A votação ocorrerá em sistema eletrônico a ser disponibilizado pelo BB. O primeiro turno vai de 23 a 27 de janeiro. Caso haja necessidade de segundo turno, ocorrerá de 20 a 24 de fevereiro. A eleição de um representante nos conselhos de administração das empresas estatais – como Banco do Brasil, Caixa, Petrobras e outras – é uma conquista da CUT e outras centrais sindicais. A reivindicação foi contemplada por meio da Lei 12.353, aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2010 e sancionada nesse mesmo mês pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

cartazpdv Diretora Rita Serrano destaca que é urgente fortalecer a luta por contratações e em defesa da Caixa pública A imprensa noticiou nesta quarta, 4, que a Caixa fechou sua proposta para o programa de demissão voluntária, que deverá ser aberto aos funcionários no final deste mês e com adesão até o começo de fevereiro. O lançamento do plano dependeria ainda do aval do Ministério do Planejamento, esperado para a semana que vem. A Caixa não quis comentar o assunto, mas evidentemente o PDV já é discutido entre os empregados do banco, que temem a precarização e desmonte da instituição pública.   Para Maria Rita Serrano, diretora do Sindicato e atualmente candidata a representante dos empregados no Conselho de Administração do banco pela Chapa 1, o PDV representa “menos empregados, piores condições de trabalho e aumento da pressão sobre todos, principalmente os gestores”. “É urgente a necessidade de fortalecimento da luta por contratações e contra o desmonte do banco”, aponta Rita, que também é coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.   Banco do Brasil – O BB também passou por processo chamado de “reestruturação” no final do ano passado, criticado pelas entidades sindicais por envolver enxugamento e fechamento de agências, além da pressão pela aposentadoria. O banco informou ter desembolsado R$ 1,4 bilhão em incentivos, mas deve economizar R$ 2,3 bilhões em despesas neste ano. A Caixa ainda não divulgou quanto espera economizar.

Agora é reafirmar o voto no segundo turno, entre os dias 16 a 20 de janeiro A eleição para representante dos empregados da Caixa no Conselho de Administração da empresa ocorre em segundo turno entre os dias 16 a 20 de janeiro. Concorrem as chapas 1 e 25. Em São Paulo, a votação na Chapa 1, apoiada pela Fetec-SP e composta por Rita Serrano e Orency Francisco, foi expressiva. Eles receberam 2.474 votos, mais do que o dobro do que a chapa concorrente (1180). E o Grande ABC com certeza fez a diferença nesse placar. “O resultado demonstra a credibilidade dos candidatos apoiados pelo Sindicato e da própria entidade, reconhecidamente sempre ao lado da categoria bancária e dos empregados da Caixa”, afirma Belmiro Moreira, presidente do Sindicato, lembrando da destacada atuação de Rita Serrano e sua trajetória iniciada junto aos bancários da região. O primeiro turno teve 49 chapas inscritas, com a participação de 27.947 eleitores. Do total 6.120 votaram na Chapa 1 e 6.718 na Chapa 25. A Chapa 1 agradece os votos recebidos e lembra que é fundamental a participação neste segundo turno, para reafirmar a opção e exercer o direito democrático. Mais informações e contatos podem ser obtidos na página de facebook da Chapa 1, no endereço https://www.facebook.com/cachapa1/

MARIA RITA SERRANO

Coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, diretora do Sindicato dos Bancários do ABC (SP) e da Contraf-CUT

2017 e os desafios para os bancos públicos

DANIEL TEIXEIRA   O papel dos bancos públicos no Brasil está diretamente ligado ao desenvolvimento da sociedade. A oferta de crédito em economias capitalistas é cara e diminuta quando se trata de dar aporte àqueles com baixa renda, e instituições privadas não têm interesse em investir em programas sociais que propiciam moradia, educação ou crédito agrícola, para citar apenas alguns exemplos de iniciativas hoje vinculadas à Caixa Federal ou Banco do Brasil. Em alguns países emergentes, bancos públicos surgem como uma necessidade histórica de dar "salto de etapas" na mobilização de capitais para tirar o atraso econômico. No Brasil, a partir de 2003, a oferta de crédito por essas instituições impulsionou a economia de forma determinante, e a relação crédito PIB chegou a 54,3% em dezembro de 2015, sendo que 13 anos atrás atingia meros 26,1% do PIB. Esse crescimento, porém, está sob risco a partir do governo Temer, que já promove ações para desmantelamento dos bancos públicos. Nesse tumultuado ano de 2016, em que o FGTS se tornou cinquentão, pairam as ameaças de descentralização da gestão pela Caixa, com direcionamento aos bancos privados. Ou, ainda, o desvio de seus recursos para o BNDES via FI-FGTS que, por sua vez, vai financiar projetos do Programa de Parcerias de Investimentos, retomando, na prática, o projeto privatista de FHC. O governo também oficializou a venda da Lotex, a Loteria Instantânea da Caixa, e a anunciou a privatização de operações em seguros e cartões. São medidas que abrem caminho para que a Caixa deixe de ser 100% pública e não cumpra mais seu importante papel social, porque além do corte em programas, como o de habitação popular (Minha Casa, Minha Vida), sem os recursos do FGTS obras de infraestrutura, saneamento e mobilidade urbana perdem seu principal aporte. Se abocanhar os recursos do fundo, nenhum banco privado terá como prioridade essa destinação. No Banco do Brasil, em que o crédito agrícola é destaque, as mãos privatistas do atual governo já agem com uma propagada "reestruturação", que vai eliminar milhares de empregos e consequentemente reduzir o alcance social do banco. Com o desemprego em nível crescente, a perspectiva é sombria tanto para os trabalhadores do BB, já atingidos pela mudança, quanto para os da Caixa, que há anos vêm se mobilizando pela manutenção do banco 100% público. Apesar das tantas dificuldades, 2016 não pode ser encarado apenas como um ano de derrotas. As lutas iniciais pelas mudanças no PLS 555 (Estatuto das Estatais) resultaram em avanços que impediram a transformação das empresas públicas em sociedades anônimas. Uma grande campanha – "Se é público, é para todos" – foi lançada em junho e se espalhou pelo País, com adesões em praticamente todas as regiões brasileiras e até na Argentina. Centenas de encontros e debates para apresentação do tema e defesa dos bens, serviços e empresas públicas foram e continuarão a ser realizados. A História tem nos provado que é possível avançar, apesar da constante ameaça de retrocesso. Para 2017 será esse espírito de ousadia e coragem que deverá nos mover. Afinal, a vida é feita de desafios, e mais do que nunca nosso mote deve ser temer jamais.
http://www.brasil247.com/pt/colunistas/geral/271864/2017-e-os-desafios-para-os-bancos-p%C3%BAblicos.htm

Banco faturou R$ 16 bilhões entre janeiro e setembro, período em que demitiu mais de 1,7 mil; Bradesco, BB, Santander e BTG Pactual também estão entre os 20 primeiros em ranking da consultoria Economatica
 
 
O Itaú é a empresa brasileira que mais lucrou em 2016. Levantamento da consultoria Economatica aponta que o banco faturou R$ 16,1 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. Bradesco (3ª), BB (6ª), Santander (8ª) e BTG Pactual (12º) também figuram entre as 20 empresas com melhores resultados no período.E assim como os demais bancos, que integram o setor com maiores lucros no Brasil, o Itaú segue demitindo: eliminou mais de 1,7 mil postos de trabalho nos nove primeiros meses deste ano. No geral, entre janeiro e outubro, já são 10.009 bancários a menos no setor financeiro. O corte de postos de trabalho no setor financeiro sobrecarrega bancários e leva estes trabalhadores ao adoecimento. Somente em 2013 (ano com as estatísticas mais recentes), 18.671 bancários foram afastados em todo o Brasil. Do total de auxílios-doença concedidos pelo INSS 52,7% tiveram como causas principais transtornos mentais e doenças do sistema nervoso.

Leia artigo de Rita Serrano sobre o ano que se encerra e os desafios para os empregados da Caixa Por Rita Serrano Apesar das tantas dificuldades, 2016 não pode ser encarado como um ano de derrotas. As lutas iniciais pelas mudanças no PLS 555 resultaram em avanços que impediram a transformação das empresas públicas em sociedades anônimas. Uma grande campanha – “Se é público, é para todos” – foi lançada em junho e se espalhou pelo País, com adesões em praticamente todas as regiões brasileiras e até na Argentina. Foram realizados centenas de encontros e debates para apresentação do tema e defesa dos bens, serviços e empresas públicas. Não se pode esquecer, também, que os empregados da Caixa têm expertise em defender o banco e, quando isso ocorre, saem vitoriosos. Foi assim na década de 1990, foi assim no ano passado, em duas ocasiões, e agora isso novamente ocorre. E são muitos os desafios. No ano em que um projeto de governo neoliberal voltou a dar as cartas, foram e continuam sendo muitos os ataques aos bancos públicos, reforçando a necessidade de organização para reagir. Nesse 2016 em que o FGTS se tornou cinquentão e as Loterias Caixa chegaram aos 54 anos não houve motivos para comemorações. Sobre o fundo, pairam ameaças de descentralização da gestão, com direcionamento aos bancos privados. E ainda o desvio de seus recursos para o BNDES via FI-FGTS que, por sua vez, vai financiar projetos do Programa de Parcerias de Investimentos, retomando, na prática, o projeto privatista de FHC. O governo também oficializou a venda da Lotex, a Loteria Instantânea da Caixa, e a anunciou a privatização de operações em seguros e cartões. As medidas abrem o caminho para que a Caixa deixe de ser 100% pública e não cumpra mais seu importante papel social, porque além do corte em programas, como o de habitação popular (Minha Casa, Minha Vida), sem os recursos do FGTS obras de infraestrutura, saneamento e mobilidade urbana perdem seu principal aporte. Se abocanhar os recursos do fundo, nenhum banco privado terá como prioridade essa destinação. Especificamente para os empregados da Caixa há também, a exemplo do ocorrido no Banco do Brasil, o risco de que uma “reestruturação” elimine postos, funções, feche agências e resulte em demissões. É uma perspectiva sombria e que pode se tornar real a qualquer momento. Nesse momento é fundamental que os empregados do banco entendam a importância de se organizarem em defesa da Caixa 100% Pública e, mais ainda, que saibam da necessidade de um legítimo representante no Conselho de Administração da Caixa. Votar nesse conselheiro é um direito recente conquistado com muita luta, mas também sob risco nesse governo. A história tem nos provado que, quando atuamos juntos, unidos, conquistamos. Para 2017 será esse espírito de ousadia e coragem que deverá nos mover. Afinal, a vida é feita de desafios, e mais do que nunca nosso mote deve ser temer jamais.   Rita Serrano é coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, diretora do Sindicato dos Bancários do ABC (SP) e da Contraf-CUT. Mestra em Administração, é suplente na representação dos empregados no Conselho de Administração da Caixa e atualmente concorre ao cargo de titular pela Chapa 1.

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