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Grupo de risco não pode retornar ao presencial como quer o Santander, porque a pandemia de covid-19 não acabou

Santander
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Movimento sindical destaca que banco tem que assumir responsabilidade e colocar a vida acima de seus interesses


Gruposderisco2203Na semana passada o Santander divulgou comunicado convocando todos os trabalhadores que têm comorbidades (incluindo grávidas e funcionários não vacinados) para o trabalho presencial a partir de 4 de abril. Logo em seguida, o movimento sindical bancário se reuniu com o banco para reforçar que é terminantemente contrário que os trabalhadores do grupo de risco para covid-19 retornem ao presencial.

A reunião aconteceu na última sexta, 18, e contou inclusive com a médica do trabalho que assessora o banco. “Destacamos que essa medida é precipitada e perigosa, porque com a chegada da variante Deltacron no Brasil e no mundo, e o aumento de casos na Ásia e na Europa, não se pode falar em fim da pandemia”, afirma o secretário de Saúde do Sindicato e funcionário do banco, Itamar Batista, acrescentando que só quem pode determinar o fim da pandemia é a Organização Mundial de Saúde (OMS) e isso ainda não ocorreu.

O Sindicato orienta aos trabalhadores do banco que não se sentirem seguros em voltar ao presencial que procurem seus médicos assistentes para laudos que indiquem sua condição de saúde do trabalhador e se há ou não segurança para seu retorno. A medida é importante porque o Santander se comprometeu em avaliar individualmente os casos em que o médico do trabalhador não recomenda o retorno. Outra garantia é que irá analisar individualmente os casos de não vacinados que têm justificativa médica para não terem tomado a vacina contra o coronavírus.

Carta e mobilização – O movimento sindical também já enviou carta ao banco reforçando a posição contrária ao retorno e elencando as reivindicações para tentar minimizar os impactos e riscos para esse grupo. Entre elas estão a de que se mantenha a obrigatoriedade do uso de máscaras, independentemente da legislação local, e que a equipe médica do Santander forneça um documento no qual especifique tecnicamente quais são as medidas que o banco está tomando para garantir a segurança, a saúde e a vida dos trabalhadores com mais risco. Afinal de contas, o médico do trabalho tem responsabilidade legal em todas as assessorias e orientações que dá para a empresa.

Outra ação do movimento sindical é a criação de um calendário de lutas e denúncias contra o Santander. “Queremos ampliar nossa mobilização nacional contra essas medidas e estudamos, inclusive, o encaminhamento de denúncias formais a órgãos competentes. A pandemia não acabou e a responsabilidade na prevenção do vírus tem que ser de todos, especialmente do banco, que precisa assumir esse papel e colocar a vida acima de qualquer outro interesse”, conclui Itamar.

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