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O banco HSBC anunciou nesta terça-feira (9) que pretende encerrar suas atividades no Brasil e na Turquia, mas planeja manter uma participação no Brasil para atender a grandes clientes corporativos. Segundo o comunicado, o banco pretende economizar entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões até 2017 com o plano de reestruturação.

De acordo com o informe, o HSBC quer aumentar seus investimentos na Ásia, principalmente na China e na região da Associação de Nações do Sul Asiático (Asean), por meio da expansão do gerenciamento de ativos e de seguros com foco nos mercados emergentes.

"O mundo está cada vez mais conectado. Há expectativa de que a Ásia tenha elevado crescimento e se torne o centro do comércio mundial na próxima década. Estou confiante de que nossas ações vão nos permitir acompanhar as oportunidades de crescimento e dar mais retorno para os acionistas", disse, em nota, o presidente executivo do banco, Stuart Gulliver.

HSBC pagará R$ 134 milhões para encerrar investigação na filial suíça
O plano de reestruturação deve suprimir cerca de 50 mil empregos, dos quais 25 mil com o fim das operações do banco na Turquia e no Brasil. O HSBC, criado em 1865, emprega atualmente 266 mil pessoas em todo o mundo.

O anúncio foi feito cinco dias após o banco ter fechado um acordo com as autoridades da Suíça e vai pagar 40 milhões de francos suíços - cerca de R$ 134 milhões - para encerrar as investigações de lavagem de dinheiro na filial suíça da instituição. De acordo com o promotor-chefe de Genebra, Olivier Jornot, o acordo resultou no maior confisco já feito pela corte da cidade suíça.

Em comunicado, o banco declarou que nem a instituição nem seus funcionários são suspeitos de qualquer crime. O HSBC pediu desculpas aos clientes e investidores pelas falhas do passado nas operações suíças e informou que já revisou os seus procedimentos.

O HSBC suíço estava sendo investigado desde fevereiro. Conhecida como Swissleaks, a investigação revelou documentos fornecidos por Hervé Falciani, ex-funcionário do HSBC em Genebra, ao jornal francês Le Monde e compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, que reúne profissionais de mais de 40 países. 

Fonte: Agência Brasil

Na manhã desta quarta-feira, 27, trabalhadores do HSBC e sindicalistas realizaram um ato em frente à sede do Banco Central em São Paulo. A atividade teve o objetivo de mostrar os riscos em relação à manutenção do emprego e dos direitos, caso a instituição inglesa deixe de atuar no Brasil. “Os trabalhadores estão apreensivos com tantos boatos sobre o banco e como ficarão seus empregos com a venda do HSBC que já foi, inclusive, anunciada pelo própria instituição”, disse Belmiro Moreira, diretor do Sindicato e funcionário do banco que participou da atividade.

O banco confirmou informação à imprensa sobre a possível venda da unidade brasileira e enviou comunicado interno, no entanto, não há menção aos interesses de seus trabalhadores, demonstrando total desrespeito com os funcionários “ O HSBC explorou a ´colônia` durante 18 anos enviando os lucros para a ´corte` e, agora, o emprego de milhares de brasileiros está em risco”, falou Belmiro durante o ato.

[caption id="attachment_8029" align="alignnone" width="1280"]IMG-20150527-WA0033 Belmiro fala durante ato em frente ao Banco Central na avenida Paulista[/caption]

Banco confirmou informação à imprensa e enviou comunicado interno; no entanto, não há menção aos interesses de seus trabalhadores, demonstrando total desrespeito

O banco HSBC informou nesta sexta, 22, que pode vender sua unidade brasileira, após as demonstrações de interesse no negócio terem aumentado e o Santander Brasil ter informado que também consideraria a compra. Paralelamente, também divulgou no início da manhã um comunicado interno a seus funcionários, confirmando a possibilidade de venda e com 10 questões que tratam do tema, mas sem considerar os interesses dos trabalhadores.

Todas as perguntas e respostas estão relacionadas ao funcionamento do banco, e num único item (o sexto) os funcionários são citados, ainda que subjetivamente: ´(...) não haverá nenhum impacto imediato para vocês (os trabalhadores) nem para nossos clientes´. Classificando a possível venda como resultado de uma “revisão contínua”, o banco inclui no pacote a Losango e a Seguradora, mas não revela os nomes dos possíveis compradores. Segundo o HSBC nenhuma decisão sobre a transação foi tomada até agora.

“É um absurdo que o banco divulgue um comunicado a seus funcionários sem apresentar qualquer interesse pelo destino do emprego dessas pessoas. Um desrespeito total, já que também não houve qualquer iniciativa de diálogo com o Sindicato”, aponta Belmiro Moreira, diretor do Sindicato e funcionário do HSBC.

Venda -  O presidente-executivo do Santander Brasil, Jesus Zabalza, disse nesta semana que estava estudando os termos de compra do HSBC, apesar de ter declarado que pretendia saber mais detalhes antes de tomar uma decisão. Além do Santander Brasil, também houve interesse de Bradesco, do BTG Pactual, do canadense Bank of Nova Scotia e do chinês ICBC. O Itaú também declarou seu interesse há três dias.

O HSBC deve selecionar um comprador preferencial para sua unidade brasileira a partir do mês que vem, segundo informou a agência de notícias Reuters no último dia 13. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, as ofertas podem não ultrapassar o valor contábil do banco, estimado em cerca de 3,3 bilhões de dólares.

Fontes: UOL/Reuters, com Redação

A Contraf-CUT assessorada pela COE- Comissão de Organização dos Empregados iniciou na terça-feira 5 e prosseguiu ontem, dia 6, em Brasília, a campanha pela preservação dos empregos no HSBC, ameaçados desde que surgiram rumores na imprensa de que o banco possa sair do Brasil. Os dirigentes visitaram o Congresso Nacional, conversaram com deputados e senadores e entregaram documento mostrando o impacto que o fim das operações do banco pode trazer para seus 21 mil empregados e para economia das regiões onde atua. 

Os dirigentes foram recebidos pelos deputados Valmir Prascidelli PT/SP Erika Kokay PT/DF, Enio Verri PT/PR, Daniel Almeida PCdoB/BA, Vander Loubet PT/MS, Zeca do PT/MS Ivan Valente PSOL/SP, Rubens Bueno PPS/PR, Zé Geraldo PT-Pará, Zeca Dirceu PT-PR, Davidison Magalhães PCdoB-BA, Jorginho Mello PR/SC, Jandira Feghali PCdoB-RJ, Caetano PT/BA, e pelos senadores Senador Lindberg Farias PT/RJ, Gleisi Hoffmann PT/PR, Roberto Requião PMDB/PR, Ana Amelia PP /RGS, Randolfe Rodrigues Psol/AP.

Os parlamentares se mostraram bastante sensibilizados com os esclarecimentos dos dirigentes e se dispuseram a colaborar para que mudanças no banco não signifiquem corte de empregos. 

A ação foi muito positiva e já repercute internamente entre os parlamentares. Nesta quinta-feira 7 será encaminhado pela deputada Érica Kokay pedido de audiência pública sobre o HSBC.

As atividades em defesa do emprego no HSBC vão continuar nas próximas semanas, com ampliação ações no parlamento, reuniões no Banco Central, Ministério do Trabalho e Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

Fonte: Contraf-CUT

[caption id="attachment_7894" align="alignnone" width="448"]155618556 Trabalhadores entregaram documento aos deputados mostrando o impacto que o fim das operações do banco pode trazer para os funcionários[/caption]

A Comissão de Organização dos Empregados (COE ) do HSBC, que assessora a Contraf-CUT,  discutiu a conjuntura atual com os rumores de que o banco possa sair do Brasil e o impacto disso para futuro dos funcionários. A notícia sobre a venda da operação de varejo e de parte do banco de investimento no Brasil foi veiculada em primeira mão pelo jornal Financial Times, no dia 17 de abril e, após essa reunião, solicitou com a direção do banco para pedir esclarecimentos sobre as informações que estão sendo veiculadas na imprensa e sobre a real situação do banco nesse momento. 

Avaliação da COE é de que o momento é bastante delicado e que o clima nos locais de trabalho é de muita tensão, por conta dos boatos que surgem a todo o momento. "Não podemos aceitar que as mudanças que possam vir a ocorrer no banco prejudiquem os trabalhadores", afirmou Cristiane Zacarias, funcionária do banco em Curitiba e coordenadora da COE HSBC. 

Preocupação é preservar empregos

A Contraf-CUT decidiu pela formação de uma força-tarefa para ir  a Brasília dialogar com parlamentares, com o Banco Central e com o governo , para que os funcionários não fiquem alijados do processo de mudança de destino do banco. Também está encaminhando ofícios aos agentes envolvidos para agendar esses encontros. 

A maior preocupação dos bancários é com o emprego que já viveram uma situação parecida quando o Bamerindus foi comprado pelo HSBC. "Nós nos adiantamos, conversamos com todas as autoridades envolvidas e isso contribuiu para que o processo não significasse demissão em massa dos bancários. Vamos fazer o mesmo agora", afirma Sergio Siqueira, funcionário do banco e da direção da Contraf-CUT.

O HSBC Brasil teve prejuízo líquido de R$ 549,1 milhões em 2014, segundo o balanço divulgado pelo banco inglês na última sexta-feira 20. Foi uma forte queda em relação ao resultado de 2013, quando teve lucro líquido de R$ 411,4 milhões. 

Houve um crescimento de mais de 55% nas despesas de captação no mercado (em números absolutos, um montante de mais de R$ 3 bilhões), o que segundo a análise do balanço feita pelo Dieese pode ter influenciado no resultado negativo. 

O resultado antes dos impostos e das participações foi de R$ 1,2 bilhão e o prejuízo líquido só não foi ainda pior devido a uma injeção de R$ 1 bilhão em impostos diferidos. 

"O banco colhe aquilo que planta, não respeita bancários, clientes e usuários. Há sobrecarga de trabalho, demissões, isso sem contar com todos os escândalos envolvendo o HSBC que vem sendo noticiado ultimamente", disse Belmiro Moreira, diretor do Sindicato e empregado do banco.


Participação nos resultados

Mesmo com esse resultado já projetado no primeiro semestre, os bancários foram à luta na Campanha Nacional 2014 e, com a força da greve, arrancaram uma participação nos resultados de R$ 3 mil para cada funcionário. 

No entanto, existe mais de R$ 150 milhões de diferença entre o valor registrado no balanço - R$ 214 milhões - e o correspondente ao pagamento da conquista dos bancários, que totaliza apenas R$ 60 milhões.

Bancarização da Losango gerou empregos

O HSBC aumentou o quadro de funcionários em 578 postos de trabalho em relação a dezembro de 2013. Esse aumento deve-se à inclusão dos funcionários da empresa Losango, que se tornaram bancários. 

As despesas de pessoal cresceram 21,3%. "A incorporação da Losango foi apenas um fator para o crescimento da folha de pagamento. O banco não explicou quais foram as movimentações internas que impactaram tanto a elevação dessas despesas", aponta Miguel.

O número total de empregados do banco no país em dezembro de 2014 foi de 20.165 trabalhadores. 

Já o número de agências do HSBC no Brasil foi reduzido em 11 unidades no ano passado, totalizando 853 em dezembro.

Operações de crédito

As operações de crédito cresceram 5,7% no ano passado, atingindo um montante de R$ 66,1 bilhões. As operações com pessoas físicas aumentaram 3,0% em relação a dezembro de 2013, chegando a R$ 20,4 bilhões. E as operações com pessoas jurídicas, por sua vez, alcançaram R$ 45,7 bilhões, com elevação de 7,0% em comparação ao ano anterior. 

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou redução de 0,3 pontos percentuais, ficando em 3,9% no ano. Com isso, o banco reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 17,3%, atingindo um total de R$ 3,1 bilhões.

O lucro mundial do HSBC, divulgado no dia 23 de fevereiro, foi de US$ 13,69 bilhões em 2014, resultado 16% inferior ao do ano anterior. 

resumohsbc


 
Fonte: Contraf-CUT

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