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Apesar do lucro líquido recorrente de R$ 14,959 bilhões nos nove primeiros meses de 2014, com crescimento de 34,1% em relação ao mesmo período do ano passado, o Itaú fechou 308 empregos nos últimos 12 meses, na contramão da economia brasileira que abriu 904.913 novos vagas entre janeiro e setembro deste ano. Somente no terceiro trimestre o lucro foi de R$ 5,5 bilhões, alta de 9,7%, segundo a análise feita pela Subseção do Dieese na Contraf-CUT. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (4).

Os números do balanço mostram o descaso do Itaú com o emprego, pois, apesar do lucro bilionário, o banco seguiu demitindo, praticando rotatividade e eliminando vagas, piorando ainda mais as condições de trabalho e prejudicando o atendimento aos clientes e à população.

O total de empregados da holding, em setembro de 2014, foi de 87.132 ante 87.440 em setembro de 2013, uma queda de 0,4%. A redução de postos de trabalho só não foi maior porque o banco passou a considerar no segundo trimestre deste ano os 1.194 empregados incorporados da Credicard.

Na rede de atendimento, o Itaú abriu 67 novas agências e/ou PAB's em relação a setembro de 2013, sendo 18 unidades abertas no terceiro trimestre.

Conforme o Dieese, o resultado apresentado pelo banco foi beneficiado principalmente pelo crescimento de 14,7% do produto bancário e pela redução de 8,7% das perdas de crédito. O retorno (rentabilidade) sobre o patrimônio líquido anualizado foi de 23,7%, com alta de 3,9 pontos percentuais em relação a setembro de 2013.

O índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias apresentou queda de 0,7 ponto percentual, ficando em 3,2% no terceiro trimestre do ano (-0,2 ponto percentual no trimestre), o que se refletiu nas provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD), que ficaram R$ 9,782 bilhões, uma queda de 8,9% do em relação a setembro de 2013. 

A carteira de crédito (incluindo avais e fianças) cresceu 11,5% em 12 meses (+3,4% no trimestre), atingindo R$ 536,3 bilhões. 

As operações com pessoas físicas cresceram 14,1% em 12 meses, chegando a R$ 178,3 bilhões, o que representa 33,2% do total da carteira. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 285,8 bilhões, com elevação de 8,3% em comparação ao 3º trimestre de 2013, representando 53,3% do total do crédito. 

A receita com prestação de serviços mais a renda com tarifas bancárias, cresceram 16,4% em 12 meses e somaram R$ 20,4 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram 8,9%, totalizando R$ 12,2 bilhões. Diante disso, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 166,5%. Ou seja: o banco paga a folha de pagamento do mês e ainda sobra outra metade para pagar a folha do mês seguinte.


Fonte: Contraf-CUT 

O Itaú comunicou na tarde desta segunda-feira (14) que efetuará o pagamento da antecipação da PLR junto com o programa da Participação Complementar de Resultados (PCR) de R$ 2.080 na próxima sexta-feira (17). Já as diferenças de salário e de vales refeição e alimentação serão acertadas na folha de outubro, no próximo dia 27.

Pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada nesta segunda-feira entre as entidades sindicais e a Fenaban, os bancos têm prazo de até 10 dias para pagar a primeira parcela da PLR, isto é, até o dia 23 de outubro. 

PLR

A antecipação da PLR é formada por regra básica e parcela adicional. 
A regra básica da PLR corresponde a 54% do salário mais valor fixo de R$ 1.102,79, limitado a R$ 5.915,95 e ao teto de 12,8% do lucro líquido do banco no primeiro semestre de 2014, o que ocorrer primeiro. 

Já a parcela adicional da PLR corresponde a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre com distribuição linear entre os funcionários, limitado a R$ 1.837,99.

A segunda parcela da PLR deve ser paga até o dia 2 de março de 2015.

PCR

O acordo coletivo de PCR foi aprovado em assembleias dos funcionários do Itaú em todo o país em outubro de 2013, com valores de R$ 1.950 naquele ano e R$ 2.080 em 2014. O montante deste ano é 6,67% maior que o do ano passado. O pagamento é integral, ou seja, não sofre desconto da PLR.

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Fonte: Contraf-CUT

O Itaú obteve lucro líquido de R$ 9,502 bilhões somente no primeiro semestre de 2014, o que significa crescimento de 33,2% em relação a igual período de 2013. O resultado aumentou 9,8% apenas no segundo trimestre alcançando R$ 4,97 bilhões. Trata-se do maior lucro da história do banco considerando esse período, superior ao recorde dos primeiros seis meses de 2011, que fora de R$ 7,133 bilhões. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (5).

Apesar desse resultado estrondoso, o Itaú continuou demitindo e extinguindo postos de trabalho. No primeiro semestre, foram cortados 1.363 empregos, mesmo com o banco passando a considerar o número de empregados vindos da Credicard. Apenas no segundo trimestre foram eliminados 601 empregos. Já nos últimos 12 meses, a redução foi de 639 funcionários. Assim, em junho de 2014, o quadro caiu 0,7%, ficando em 87.420 empregados ante 88.059 em junho de 2013. O banco segue andando na contramão da economia brasileira, que nos primeiros seis meses do ano gerou 588,6 mil novos empregos com carteira assinada. 

O Itaú abriu 62 novas agências e/ou PABs nos últimos 12 meses, mas fechou 4 no segundo trimestre, totalizando 5.024 unidades em junho de 2014. Essa ampliação, porém sem gerar empregos e ainda reduzir vagas, é uma demonstração clara de que o Itaú sobrecarrega e assedia os seus funcionários, o que piora a saúde dos bancários e compromete o atendimento de qualidade aos clientes. 

Por outro lado, o Itaú abriu 5.836 novos postos de correspondentes relacionados aos produtos e serviços do banco nos últimos 12 meses, totalizando 67.122 correspondentes no País. Isso precariza, expõe o sigilo bancário dos clientes e torna inseguro o atendimento, pois é feito sem bancários e sem a presença de vigilantes.

> Clique aqui para ver a análise do balanço pelo Dieese.

O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (rentabilidade) foi de 23,1% em junho deste ano, com alta de 3,8 pontos percentuais em relação a junho de 2013. 

As operações de crédito cresceram 10,9% nos últimos 12 meses, atingindo um montante de R$ 518,4 bilhões. As operações com pessoas físicas evoluíram 12,4% em 12 meses, chegando a R$ 172,4 bilhões, o que representa 33,3% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 278,6 bilhões, com elevação de 8,2% em comparação ao 2º trimestre de 2013, totalizando 53,7% do total do crédito.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,8 ponto percentual, ficando em 3,4% no 2º trimestre deste ano (caiu 0,1 ponto percentual no trimestre). O banco reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 15% em relação a junho de 2013. 

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 16,3% em 12 meses, totalizando R$ 13,3 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram apenas 7,5%, chegando a R$ 7,9 bilhões. Com isso, a cobertura dessas despesas por essas receitas secundárias do banco ficou em 167,4% no 1º semestre de 2014. O banco paga a folha de pagamento apenas com essa receita e ainda sobra 67% para pagar outra folha.

Fonte: Contraf-CUT com Dieese

Bancários reivindicaram também segurança e bancarização do pessoal da Fináustria. Em negociação com a direção do Itaú ocorrida ontem (2), em São Paulo, a Contraf-CUT, federações e sindicatos cobraram o fim das demissões e da rotatividade no banco, bem como mais contratações e melhores condições de saúde, segurança e trabalho. O Itaú lucrou R$ 4,5 bilhões no primeiro trimestre de 2014, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado.  Entretanto, apesar de tanto lucro, o banco cortou 733 vagas no primeiros três meses deste ano, totalizando 2.759 nos últimos 12 meses, o que é inaceitável. Os representantes do banco afirmaram que não há plano de redução de funcionários, mas foram contestados pelo presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "O que nós vemos hoje no Itaú, além dos números do balanço, são funcionários sobrecarregados, acumulando funções e, por conta disso, adoecendo física e mentalmente. O que queremos são mais contratações, o fim da rotatividade e o aumento dos postos de trabalho. Não podemos aceitar que um banco, que lucra tanto, demita pais e mães de família. Enquanto houver demissões, vamos intensificar a mobilização por emprego decente e condições dignas de trabalho", alerta Cordeiro. Agências de Negócios Os dirigentes sindicais reiteraram as críticas ao modelo de agências de negócios do Itaú, que têm sido implantadas em várias cidades do país, mas não possuem portas de segurança com detectores de metais nem vigilantes, o que põe em rico a vida de bancários e clientes. O banco anunciou a suspensão da abertura de novas agências de negócios e afirmou que está estudando a questão do funcionamento das atuais 64 unidades existentes no país. Bancarização dos empregados da Fináustria Foi retomado o debate sobre a proposta de bancarização  de 1.829 trabalhadores da área de financiamento de veículos, a Fináustria.  Pela proposta apresentada pelo banco na última negociação, em 13 de maio, todos os empregados da Fináustria que estavam excluídos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) passarão a ter os direitos dos bancários. Com isso, cerca de 1.600 operadores e promotores que hoje possuem jornada de oito horas diárias passarão a ter a jornada de seis horas dos bancários. A partir da bancarização 533 trabalhadores que hoje estão abaixo do piso dos bancários, passarão a receber o salário de ingresso da categoria bancária. Os dirigentes sindicais fizeram uma contraproposta ao banco, reivindicando que a folga proposta de um final de semana "cheio" por mês seja ampliada para dois . E cobraram uma planilha com as projeções de enquadramento salarial, para que os representantes dos trabalhadores possam acompanhar o cenário antes e depois do processo de bancarização. O banco ficou de marcar uma nova negociação para dar a resposta às reivindicações apresentadas pelos dirigentes sindicais. Direito ao gozo de 30 dias de férias A falta de funcionários no Itaú é tão grande que até o direito ao gozo de 30 dias de férias dos bancários tem sido descumprido pelo banco.  Os representantes do Itaú informaram que foi feito um comunicado aos gestores do banco, recomendando que os funcionários possam usufruir todo o período de 30 dias de férias.

itau1Nesta terça-feira, 10, três agências do Banco Itaú na rua Senador Fláquer no Centro de Santo André foram paralisadas. Nesta atividade os diretores do Sindicato conversaram com os bancários e com clientes explicando os motivos do fechamento das agências - manifestações acontecem em todo País como parte do Dia Nacional de Luta dos funcionários do Itaú – e entregaram material explicando a situação do banco.

Os bancários do Itaú lutam por mais contratações e fim das demissões. “Apesar do alto lucro de 2013, o banco fechou 2.734 postos de trabalho no ano, quando a economia brasileira gerou 1,1 milhão de novos empregos com carteira assinada”, explica Gilberto Soares, diretor do Sindicato e funcionário do Banco. “Só no primeiro trimestre de 2014 as demissões no Itaú atingiram 733 postos de trabalho no Brasil, totalizando 2.759 nos últimos 12 meses. No Grande ABC o banco já demitiu 59 pessoas só neste ano”, complementa.

Clique aqui para ver o material distribuído pelos diretores para os clientes e usuários do banco.

     

Bancários do Itaú denunciam que mandam trabalho para casa devido à forte pressão por metas abusivas. 

Não bastasse a falta de trabalhadores, sobrecarga e pressão para cumprir metas abusivas, os funcionários do Itaú estão tendo de conviver com mais uma ameaça: ser demitido por justa causa. Alguns trabalhadores relataram ter sido demitidos sumariamente por enviar a seus e-mails pessoais informações do banco. É uma atitude desesperada, causada pela própria sobrecarga de trabalho e excesso de pressão, mas o banco alega  desrespeito ao Código de Ética da empresa. Os bancários não devem utilizar o correio eletrônico da instituição financeira nem pen drive ou acessar e-mail particular a partir do equipamento do Itaú. E muito menos enviar o trabalho para casa, pois além de não ganharem extra ainda correm o risco de demissão sumária. Outros cuidados são a utilização correta dos vales refeição, alimentação e transporte. A 'venda' ou uso indevido de qualquer um desses direitos também pode provocar a demissão por justa causa de trabalhadores. Quem recebe o vale-transporte também não pode usar o carro para ir trabalhar. Fique atento!  Fonte: Seeb SP

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