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Itaú lucra R$ 9,5 bilhões no primeiro semestre, mas corta 1.363 empregos

Itaú
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O Itaú obteve lucro líquido de R$ 9,502 bilhões somente no primeiro semestre de 2014, o que significa crescimento de 33,2% em relação a igual período de 2013. O resultado aumentou 9,8% apenas no segundo trimestre alcançando R$ 4,97 bilhões. Trata-se do maior lucro da história do banco considerando esse período, superior ao recorde dos primeiros seis meses de 2011, que fora de R$ 7,133 bilhões. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (5).

Apesar desse resultado estrondoso, o Itaú continuou demitindo e extinguindo postos de trabalho. No primeiro semestre, foram cortados 1.363 empregos, mesmo com o banco passando a considerar o número de empregados vindos da Credicard. Apenas no segundo trimestre foram eliminados 601 empregos. Já nos últimos 12 meses, a redução foi de 639 funcionários. Assim, em junho de 2014, o quadro caiu 0,7%, ficando em 87.420 empregados ante 88.059 em junho de 2013. O banco segue andando na contramão da economia brasileira, que nos primeiros seis meses do ano gerou 588,6 mil novos empregos com carteira assinada. 

O Itaú abriu 62 novas agências e/ou PABs nos últimos 12 meses, mas fechou 4 no segundo trimestre, totalizando 5.024 unidades em junho de 2014. Essa ampliação, porém sem gerar empregos e ainda reduzir vagas, é uma demonstração clara de que o Itaú sobrecarrega e assedia os seus funcionários, o que piora a saúde dos bancários e compromete o atendimento de qualidade aos clientes. 

Por outro lado, o Itaú abriu 5.836 novos postos de correspondentes relacionados aos produtos e serviços do banco nos últimos 12 meses, totalizando 67.122 correspondentes no País. Isso precariza, expõe o sigilo bancário dos clientes e torna inseguro o atendimento, pois é feito sem bancários e sem a presença de vigilantes.

> Clique aqui para ver a análise do balanço pelo Dieese.

O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (rentabilidade) foi de 23,1% em junho deste ano, com alta de 3,8 pontos percentuais em relação a junho de 2013. 

As operações de crédito cresceram 10,9% nos últimos 12 meses, atingindo um montante de R$ 518,4 bilhões. As operações com pessoas físicas evoluíram 12,4% em 12 meses, chegando a R$ 172,4 bilhões, o que representa 33,3% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 278,6 bilhões, com elevação de 8,2% em comparação ao 2º trimestre de 2013, totalizando 53,7% do total do crédito.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,8 ponto percentual, ficando em 3,4% no 2º trimestre deste ano (caiu 0,1 ponto percentual no trimestre). O banco reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 15% em relação a junho de 2013. 

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 16,3% em 12 meses, totalizando R$ 13,3 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram apenas 7,5%, chegando a R$ 7,9 bilhões. Com isso, a cobertura dessas despesas por essas receitas secundárias do banco ficou em 167,4% no 1º semestre de 2014. O banco paga a folha de pagamento apenas com essa receita e ainda sobra 67% para pagar outra folha.

Fonte: Contraf-CUT com Dieese

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