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Sindicato se solidariza na defesa de professores e alunos da Metodista

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Universidade demite, fecha cursos e pode perder qualidade de ensino que sempre a caracterizou

O Sindicato dos Bancários do ABC se solidariza com o Sindicato dos Professores do ABC (Sinpro) na defesa de docentes e alunos da Universidade Metodista de São Paulo. Nas últimas semanas a universidade demitiu professores, fechou cursos e, até certo ponto, deu início a um processo de desmonte em programas de pós-graduação que reconhecidamente estão entre os melhores do País.

Essa precarização não se dá somente pelas demissões ocorridas, mas, também, pela diminuição de carga horária, que impacta na qualidade das pesquisas. Umas das universidades mais importantes da região, a Metodista já vinha com atrasos nos salários e outros direitos trabalhistas, como férias e FGTS e, agora, encerra o ano alegando que os cortes decorrem de atos de gestão para enfrentar problemas financeiros.

No entanto, há denúncias confirmadas pelo Sinpro ABC de que a atual reitoria impetra, claramente, um processo de perseguição política e objetiva o desmonte da universidade. Segundo a diretora sindical Cristiane Gandolfi, que também é professora do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da escola, a maior parte das demissões foi de profissionais que participaram de assembleias para debater atrasos nos salários. As demissões atingiram 45 docentes, mas o número pode aumentar até a próxima semana, quando termina o ano letivo.

Um dos demitidos, o professor José Salvador Faro, do curso de graduação em Jornalismo e do programa de pós-graduação em Comunicação, afirmou que a universidade está passando por um processo de ´lógica empresarial´. Isso significa menos investimento em tecnologia e redistribuição de funções, o que afeta a qualidade de ensino e pesquisa e inclui mudanças curriculares, com estímulo ao EAD (Ensino a distância), bem mais barato, e cursos híbridos, que alternam uma parte forte a distância, a exemplo do que fazem outras empresas de educação.

Entre os cursos de graduação fechados, segundo a diretora do Sinpro, estão os de Matemática, Biologia, Letras e Filosofia. A notícia de que a Metodista poderia vender suas unidades de ensino já foi divulgada há alguns anos, e um leilão chegou a ser cogitado em 2011. Em agosto do ano passado o reitor Márcio de Moraes, da Metodista em São Bernardo, renunciou ao cargo que ocupava há dez anos, em meio a uma crise entre professores e a unidade a respeito de pagamento de abono acordado em março e relacionado ao reajuste de salários.

Resistência -   Alunos e professores (e suas representações) vêm construindo um processo de resistência ao desmonte na universidade, assim como o Sindicato da categoria. “Vamos acionar a Justiça para preservar os direitos dos docentes afastados”, afirma José Jorge Maggio, presidente do Sinpro ABC.

É muito importante que toda a sociedade civil do Grande ABC (moradores, movimento sindical e movimentos sociais) também acompanhe e se integre a essa luta. Afinal, ter uma universidade como a Metodista na região é fundamental para a construção e difusão do conhecimento e de uma educação de qualidade.

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