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Empregados e movimentos sociais preparam atos para quinta (7) na Caixa

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Sindicatos de bancários de todo o país, entre eles o do ABC, devem intensificar a mobilização dos empregados da Caixa Econômica Federal contra a intenção do governo Temer de tornar o banco uma empresa de sociedade anônima e outras medidas promovidas pelo banco que prejudicam os funcionários e toda a sociedade. O objetivo é promover a paralisação das atividades e ocupações de agências e departamentos na quinta-feira (7), provável data da próxima reunião do Conselho de Administração da Caixa.

Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, explicou que muitas das medidas que o banco está tomando são consequências da falta de capitalização. “Todo o sistema financeiro tem necessidade de capitalização. Trata-se de uma regulamentação internacional do sistema financeiro. No caso da Caixa, o governo é o único cotista. Caberia a ele aportar os recursos. Mas, o governo não irá fazê-lo para inviabilizar o banco e suas ações. A consequência direta é o corte de crédito, que já está ocorrendo nos programas habitacionais, e a redução de despesas, dentre elas, a alteração da forma de custeio do Saúde Caixa, o corte da gratificação de funções, o fechamento de agências, entre outras medidas que atingem diretamente os funcionários e a população que mais precisa dos serviços da Caixa”, disse.

Rita, que também é coordenadora do Comitê Nacional de Defesa das Empresas Públicas, explicou ainda que o Conselho de Administração da Caixa é composto por cinco representantes dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, além do presidente da Caixa e apenas ela como representante dos empregados. “Nossa participação no Conselho não garante a aprovação ou reprovação das propostas, mas permite aos trabalhadores ter conhecimento do que será votado. Assim eles podem se organizar para pressionar os demais membros do conselho”, observou.

Segundo a CEE/Caixa, ao colocar em prática as propostas contra os direitos dos empregados, o banco mostra sua clara intenção de pactuar com os ataques à classe trabalhadora promovidos pelo governo Temer. O banco tenta tornar a Caixa uma sociedade anônima, assim como ampliar a participação dos empregados no custeio do Saúde Caixa; se recusa a assinar o termo de compromisso, que resguarda os direitos dos empregados mesmo com entrada em vigor da nova lei trabalhista; e já revogou o normativo RH 151, que assegura a incorporação da gratificação de função aos empregados que ficam por, pelo menos, 10 anos no exercício do cargo. 

Atos dia 7 - Na próxima reunião do Conselho de Administração da Caixa, que pode ocorrer na quinta-feira (7), será votada a alteração no estatuto da Caixa, para transformar o banco em uma sociedade anônima. “Tornar a Caixa uma S/A é meio caminho andado para abrir o capital para investimentos privados e, desta maneira, tirar o caráter público do banco”, explicou Rita Serrano.

“A reunião do CA pode não ser no dia 7. Mas, temos que estar preparados. A direção do banco queria ter aprovado a mudança do estatuto na reunião ocorrida em 18 de outubro e só não conseguiu graças à nossa mobilização. Agora eles virão com mais sede ainda ao pote. Temos que estar mais unidos e atuantes para barrar este ataque contra a Caixa, uma instituição fundamental para a população e o desenvolvimento do país”, ressaltou o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.

Bônus - Sem qualquer negociação com os representantes dos empregados, a direção do banco implantou o programa Bônus Caixa, que promove a desvalorização dos salários, com redução da renda total do trabalhador, segrega empregados, impõe metas individuais, aumenta o adoecimento e incentiva a competição entre colegas. “É a implantação das novas regras da reforma trabalhista, que prejudica muito os trabalhadores. Vamos lutar contra essa medida imposta pela direção do banco sem qualquer tipo de negociação”, observou o coordenador da CEE/Caixa.

Fonte: Contraf-CUT, com Redação

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