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Sindicato participa de ato pela soberania nacional nesta terça, 3, no RJ

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Centenas de categorias de trabalhadores vão às ruas para defender empresas e serviços públicos no País; campanha pela Caixa também será lançada

Será nesta terça, 3 de outubro, o grande ato em defesa da soberania do Brasil, contra as privatizações de empresas (vendas para grupos nacionais e estrangeiros) e para impedir o fim de serviços públicos. A manifestação começa às 11h em frente ao prédio da Eletrobras, na avenida Presidente Vargas, e segue com paradas no BNDES e Petrobras, que justamente nesta data completa 64 anos. Diretores do Sindicato vão participar da atividade, que terá ainda o lançamento de uma campanha específica da Fenae pela manutenção da Caixa pública.

Além das entidades presentes, representando centenas de categorias de trabalhadores pelo País, o ato terá a preença de observadores internacionais que estão na capital fluminense para o 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). No Brasil pós-golpe as ameaças de privatização atingem setores estratégicos como energia, petróleo, financeiro (bancos públicos), transportes e até mesmo a Casa da Moeda e o desenvolvimento da pesquisa científica, como no caso da Fiocruz.

"Vamos às ruas defender os bens, empresas e serviços públicos do Brasil para os brasileiros, porque se depender do atual governo eles serão administrados pelo capital privado, com alto custo para a sociedade e para a soberania do País, aponta o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira. " A discussão vai muito além da questão do emprego, e traz consequências drásticas para toda a sociedade”, acrescenta a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano, que também é representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa. Os cortes de investimento nas áreas da saúde, educação, cultura, nos programas sociais e na pesquisa também fazem parte do pacote de desmantelamento, favorecendo a entrada do capital privado com a ausência do poder público nessas esferas.

“Existe uma determinação dos golpistas de vender o Brasil a preço de banana”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas, dizendo-se cada vez mais convencido da “ingerência internacional” no movimento que derrubou Dilma Rousseff, no ano passado. Para o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Pedro Tabajara Blóis Rosário, este é o momento de conscientizar a população sobre as consequências da entrega de patrimônio nacional sem qualquer aval da sociedade. “É um balcão de negócios”, afirmou, apontando a presença crescente de europeus e, principalmente, chineses no parque elétrico brasileiro.

Já o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, afirmou que o ato ganha dimensão ainda maior pelo quadro de "liquidação" do Estado brasileiro promovido pelo governo Temer. “Tentam passar a ideia de que o que é público é ruim e corrupto, e o que é bom é de fato ter a iniciativa privada à frente de todo o processo econômico”, apontou, lembrando o importante papel das empresas públicas na crise financeira de 2008, reduzindo o impacto no Brasil. “Isso é uma demonstração da importância do Estado para o desenvolvimento de uma Nação”, avaliou.

Campanha -  Durante o ato no Rio também será lançada a campanha “Defenda a Caixa você também”, iniciativa da Fenae, associações de pessoal do banco (Apcefs) e outras entidades apoiadoras, como o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. O lançamento acontece a partir das 10h em frente ao prédio Almirante Barroso, mais conhecido como ´Barrosão´. A iniciativa nasce para apoiar   uma Caixa 100% Brasil e 100% pública, já que hoje o banco está ameaçado por políticas de desmonte e privatização.

“Estamos lançando a campanha Defenda a Caixa você também para envolver toda a sociedade”, explica Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae. Esse envolvimento, acrescenta a conselheira do CA, deve ser assumido e estimulado pelos empregados do banco, que são formadores de opinião e podem ajudar a divulgar a situação da empresa esclarecendo os fatos para clientes e usuários. “Nossa resistência à precarização das condições de trabalho e ao desmonte do banco deve ser forte internamente”, aponta.

PLS 555 – Rita explica ainda que os empregados da Caixa devem ficar cientes sobre os riscos de que a Caixa se torne sociedade anônima: é uma ameaça que já constava no Projeto de Lei do Senado 555 (que deu origem ao Estatuto das Estatais), foi derrubada com a forte mobilização das entidades à época, mas está de volta nesse momento. O próprio Ministério da Fazenda trabalha com essa expectativa, que quer fazer aprovar rapidamente para atender aos interesses do mercado. “Essa possibilidade foi derrotada no Congresso Nacional, mas querem passar por cima dessa decisão, o que exige nova e intensa mobilização das entidades e dos empregados”, destaca a conselheira.

Redação, com informações do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, RBA e Fenae

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