Mesmo com lucro no primeiro trimestre, Bradesco segue demitindo

Bradesco
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Resultado no primeiro trimestre do ano foi de R$ 4,113 bi, e não justifica extinção de 1.466 empregos em três meses e de 3.581 em um ano

O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representou redução de 3,8% em relação ao mesmo período de 2015. Apesar do lucro, o banco manteve sua política de corte de postos de trabalho. Em relação a dezembro de 2015, foram extintos 1.466 empregos, e em 12 meses (de março de 2015 a março de 2016) foram 3.581 vagas a menos no segundo maior banco privado do país. Os cortes se justificam menos ainda quando se leva em conta que apenas com a receita de prestação de serviços e tarifas o banco cobre 137,1% de suas despesas de pessoal. Essa relação é 1,1 p.p. maior que a do primeiro trimestre de 2015, quando era de 136%. A queda do lucro foi atribuída pelo banco em boa parte ao forte aumento, de 53,6% em um ano, das despesas com provisão para devedores duvidosos. O crescimento não foi proporcional ao índice de inadimplência superior a 90 dias, que encerrou março em 4,2%, apenas 0,6 ponto percentual acima dos 3,6% calculado em março de 2015. Também houve redução no número de agências. São 152 unidades a menos em março de 2016, na comparação com março de 2015, mas houve crescimento de duas unidades em relação a dezembro do ano passado. Outros números – O Bradesco apresentou, em março, rentabilidade de 17,5% sobre o patrimônio líquido médio ajustado. O patrimônio líquido somou R$ 93,330 bilhões, 11,2% superior a março de 2015. Os ativos totais, em março de 2016, registraram saldo de R$ 1,102 trilhão, crescimento de 6,5% em relação ao saldo de março de 2015. A carteira de crédito expandida, em março de 2016, atingiu R$ 463,208 bilhões, mantendo-se praticamente estável em relação ao saldo de março de 2015. O crédito às micro, pequenas e médias empresas apresentou retração de 10,2%, enquanto que as carteiras de grandes empresas (favorecida pela valorização cambial) e pessoa física expandiram 2,9% e 4%, respectivamente, no período. O resultado oriundo dos títulos e valores mobiliários do banco, principalmente os títulos da dívida pública (em grande parte indexados pela Selic e pela inflação), caiu em relação ao primeiro trimestre de 2016: variação de menos 7,3%, perfazendo total de R$ 9,818 bilhões.
 
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