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BB despreza ferramentas de avaliação e promove descomissionamentos

Banco do Brasil
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Banco aposenta o GDP e o Radar do Gestor, inaugurando política do ´pede para sair´

A Diretoria de Distribuição Sudeste (Disud) do Banco do Brasil anunciou, em reuniões com os superintendentes e gerentes gerais, que o banco está aposentando as ferramentas de Gestão de Desempenho por Competências (GDP) e o Radar do Gestor como ferramentas de avaliação. Após décadas de desenvolvimento e milhões de reais gastos em tecnologia e treinamento, as ferramentas, antes usadas para avaliar e medir desempenho dos funcionários, deixarão de ser usadas.

Segundo o banco as análises de desempenho serão critérios definidos pelos superintendentes, de acordo com a ordem do diretor, e não será considerada a nota da GDP se "precisar" retirar o cargo de alguém. Após realizar dez descomissionamentos em um mesmo dia, a Disud deixou claro que essa é a nova ordem da casa. Expressões do tipo “quem não se adequar pede para sair” foram confirmadas por gerentes de agências de estados do Sudeste do Brasil como ditas pelo diretor da Disud para serem repassadas aos demais funcionários.

“No entanto, temos um acordo coletivo de trabalho (ACT) que prevê, na sua cláusula 45, que para descomissionamento devem ocorrer três ciclos avaliatórios insatisfatórios consecutivos. O conceito da cláusula foi ter uma média de GDP para fazer a análise”, afirma o diretor sindical Otoni Lima. O BB passou a divergir destes conceitos de média com a alegação de que com a auto avaliação e avaliação dos pares a nota média vai ficar alta, nos critérios de desempenho considerados pelo Banco do Brasil, que não são claros para os avaliados.

A ferramenta GDP aposentada pela Disud prevê e deixa visível a nota média dos avaliados. Para efetuar cortes e descomissionamentos, a diretoria do BB passou a desconsiderar a nota média e usar apenas uma nota insatisfatória em qualquer competência como critério. Houve casos de funcionários com notas suficientes que foram descomissionados porque constava na sua avaliação contínua uma anotação negativa.

Ou seja, a diretoria deixa de considerar a avaliação e considerará apenas as anotações como critério, contrariando uma cultura de avaliação desenvolvida há anos. “Queremos que o banco instale uma mesa de negociação sobre GDP e volte a adotar essa ferramenta como critério de avaliação, ao invés de deixar as pessoas à mercê da vontade de um superintendente ou diretor, com critérios subjetivos”, reforça o diretor sindical.

 

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