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Bancários lançam campanha de valorização da diversidade

Censo da Diversidade
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Além do Censo da Diversidade, campanha objetiva sensibilizar e formar categoria para discutir temas que levem à igualdade de oportunidades no setor

A Contraf e seus sindicatos estão lançando a Campanha de Valorização da Diversidade, ao mesmo tempo em que ocorre nos bancos o 3º Censo da Diversidade, entre agosto e outubro. O objetivo, além de analisar as políticas de inclusão e promover a igualdade de oportunidades no setor via censo, é sensibilizar a categoria, formando agentes da diversidade em agências e departamentos.

A proposta da campanha foi apresentada pelos trabalhadores à Fenaban na mesa de igualdade de oportunidades e já começou a ser implementada. “É importante que o bancário se envolva com essa discussão, não apenas esperando os resultados do censo, mas participando dos debates e da valorização da igualdade de oportunidades para todos”, aponta o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira.

O censo foi feito pela primeira vez em 2008, sendo repetido em 2014. Ele traça um perfil da categoria por gênero, orientação sexual, raça e PCDs (pessoas com deficiência). Neste último, os dados revelaram que a desigualdade persiste no setor. No caso das bancárias, por exemplo: elas têm qualificação profissional superior à dos homens (82,5% têm curso superior completo, enquanto que esse percentual entre os bancários é de 76,9%), mas continuam ganhando menos: em 2014, o rendimento médio mensal das bancárias era de 77,9% do rendimento médio mensal dos bancários. No primeiro censo elas ganhavam em média 76,4% do que a média dos homens; ou seja, em seis anos, o avanço foi de somente 1,5 ponto percentual.

A quantidade de negros também é ainda pequena no setor: em 2014, eles eram apenas 24,9% da categoria. Houve um avanço de 5,6 pontos percentuais em relação ao censo de 2008, quando negros e negras eram 19,3%. No Censo de 2014 foram incluídas, por reivindicação do movimento sindical bancário, perguntas voltadas para a população LGBT: 1,9% dos entrevistados se declararam homossexuais, 0,6%, bissexuais e 85%, heterossexuais; 12,4% não responderam. O Censo de 2014 também revelou que as contratações de PCDs (pessoas com deficiência) chegou a 3,6%; era 1,8% no Censo de 2008. Apesar de ter aumentado, o último levantamento mostrou que o número de PCDs nas instituições financeiras ainda é menor do que determina a lei: 5%.