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Carta ao presidente do Santander revela indignação com trabalho no sábado e exige respeito a bancários e seus direitos

Santander
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Trabalhosabado1901Os bancários do Santander, surpreendidos com o anúncio, via TV aberta, no último domingo (16), de que terão de trabalhar no próximo sábado (22) por conta do lançamento do projeto ´Desindivida´, organizam uma série de ações para deixar clara sua indignação com o desrespeito do banco. Entre elas está a carta abaixo, dirigida ao novo presidente do Santander no Brasil, Mario Roberto Opice Leão.

O documento, assinado pelo Sindicato e outras entidades representativas dos trabalhadores, elogia a iniciativa do banco em promover renegociações de dívidas, mas destaca que a abertura no sábado para o lançamento do projeto é mero marketing, “que desrespeita direitos dos bancários e ignora, de forma irresponsável, a pandemia que assola o país e o mundo”.

Outras iniciativas também estão programadas para ocorrer durante esta semana, como o tuitaço da próxima sexta-feira, com a hashtag #SantanderSabadoNao, além de protestos e denúncias. Ontem (18) o tema também foi citado pelos representantes dos trabalhadores durante mesa com representantes da Fenaban que discutiu o avanço da covid-19 entre os bancários. Uma reunião com o banco poderá ser agendada para abordar o assunto.

Abaixo a íntegra do documento ou clique aqui.  pdf Carta ao presidente do Santander (162 KB)

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Carta aberta ao Sr. Mario Roberto Opice Leão, novo presidente do Santander no Brasil

Nós, trabalhadores do Santander de todo o país, organizados em nossas entidades representativas, vimos a público desejar boas-vindas ao novo presidente do Santander no Brasil, o senhor Mario Roberto Opice Leão, que assumiu o comando do banco em janeiro deste ano.
Esperamos e desejamos que sua gestão seja pautada pela democracia, diálogo e respeito. Que seja uma gestão excelente não só para os acionistas do Santander, mas também para trabalhadores e clientes.
Por outro lado, não podemos deixar de lhe apontar - e até mesmo alertar, vez que acaba de assumir a presidência do banco - a justa indignação dos bancários do Santander com relação ao projeto Desindivida.

No último domingo, 16 de janeiro, os trabalhadores do Santander foram surpreendidos com a veiculação de uma peça publicitária, em televisão aberta, que anunciava o funcionamento das agências no próximo sábado, 22 de janeiro, para o lançamento do projeto Desindivida, que tem como objetivo a renegociação de dívidas.

Ou seja, os trabalhadores do Santander impactados pelo lançamento do projeto foram comunicados pela televisão, em pleno domingo, de que teriam de trabalhar no sábado, renunciando de forma abrupta e compulsória ao convívio familiar e ao lazer, sem o pagamento de horas extras, que serão compensadas.

Um desrespeito a homens e mulheres, pais e mães de família, que constroem os resultados do banco diariamente e fazem do Brasil a operação mais lucrativa do Grupo Santander.

A convocação de bancários para trabalho em agências no sábado - além de violar a legislação trabalhista e a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e atropelar o processo negocial com a representação dos trabalhadores - ocorre em meio a uma explosão de casos de Covid-19 e de Influenza, assim como seu subtipo H3N2.

No último domingo, 16 de janeiro, mesmo dia em que o Santander anunciou o projeto Desindivida em televisão aberta, o Brasil registrou 31.629 novos casos conhecidos de Covid-19. Com isso, a média móvel de casos nos últimos sete dias foi de 69.235, a maior desde 27 de junho de 2021. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +721%, indicando fortíssima tendência de alta nos casos da doença.

É neste cenário que o Santander convoca bancários para trabalhar mais um dia na semana, aumentando a exposição ao vírus.

Elogiamos, sim, a iniciativa de promover renegociações de dívidas, mas temos plena convicção de que esta ação seria plenamente possível de segunda a sexta-feira, em horário normal de atendimento.

Entendemos que a abertura no sábado para o lançamento do projeto trata-se de mero marketing, que desrespeita direitos dos bancários impactados e ignora, de forma irresponsável, a pandemia que assola o país e o mundo.

É absurdo que o Santander privilegie uma ação de marketing em detrimento da saúde e da vida de seus funcionários.

Respeitosamente, questionamos o novo presidente do Santander, Mario Roberto Opice Leão se realmente é desta forma que gostaria de iniciar sua gestão à frente do banco.

Por fim, reivindicamos que o Santander, na pessoa do seu novo presidente no Brasil, abra com urgência uma negociação com a representação dos trabalhadores e reveja o quanto antes a iniciativa de abrir as agências no sábado para o lançamento do projeto Desindivida.

Nós, trabalhadores do Santander, merecemos respeito.

Assinam esta carta:

Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro
Contraf-CUT/SP
Fetec-CUT/SP
Fetec-CUT/SP
Federa-CUT/RJ
Feeb SP/MS
Feeb BA/SE
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