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13 de maio é dia de refletir sobre a igualdade racial

Itaú
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Brasil ainda trata muito mal sua população negra, com assassinato de jovens, menores salários e acesso ao estudo

Hoje é 13 de maio, dia que marca a assinatura da Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil em 1888. A data, no entanto, não representa de fato a totalidade da luta dos negros pela liberdade, muito menos o fim do racismo no País. É momento, sim, de reflexão sobre passado e presente da população negra e sua importância na construção da história nacional.

"Quando tratamos dessa questão de datas, o 13 de maio em contraponto ao 20 de novembro (morte do líder negro Zumbi dos Palmares e dia da Consciência Negra), estamos tratando intrinsecamente da questão do protagonismo", afirmou, em entrevista ao jornal El País, o historiador Philippe Arthur dos Reis, pesquisador na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "E do entendimento do protagonismo de determinados agentes no processo de luta e de conquista da liberdade frente à escravidão, no caso do povo negro", explica.

Assim, embora à época da Lei Áurea também outros protagonistas negros tenham se destacado (como José do Patrocínio, por exemplo), é o curso da história e da memória que vai determinar a construção das narrativas. Se hoje a população negra reivindica seu protagonismo, seu lugar de fala e repudia a forma como foram (e ainda são) tratados mesmo após a abolição, é porque são agentes dessa mesma história, que se constroi a cada dia.
"No Brasil o assassinato de jovens negros, os menores salários a homens e mulheres negros, o pouco acesso às universidades ainda são parte de uma realidade extremamente injusta e preconceituosa", destaca o diretor sindical Otoni Lima, lembrando da importância de políticas públicas e ações afirmativas para a busca da igualdade de direitos.

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