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Mesmo somando juntos um lucro estrondoso de R$ 5,9 bilhões, Itaú e Santander fecharam 1.703 postos de trabalho no primeiro trimestre de 2014, seguindo na contramão da economia brasileira, que no mesmo período gerou 344.984 novos empregos com carteira assinada. Os dois bancos privados divulgaram os seus balanços nesta terça-feira (29).

Conforme análise do Dieese, o Itaú lucrou R$ 4,529 bilhões, mas cortou 733 vagas nos primeiros três meses do ano. Com isso, o banco fechou 2.759 postos de trabalho nos últimos 12 meses.

O número de empregados da holding do Itaú em 31 de março de 2014 foi 86.856 ante 89.615 em março de 2013 (queda de 3,1%).

Apesar de todo esse lucro, o Itaú abriu somente três novas agências no primeiro trimestre, contribuindo para o total de 68 novas agências inauguradas nos últimos 12 meses.

Já o Santander Brasil, que obteve lucro de R$ 1,428 bilhão, extinguiu 970 postos de trabalho no primeiro trimestre. Desta forma, o banco espanhol eliminou 4.833 vagas nos últimos 12 meses.

O número de empregados da holding do Santander em 31 de março de 2014 foi 48.651 ante 53.484 em março de 2013 (queda de 9,0%).

Como se não bastasse essa redução de empregos, o Santander ainda fechou 58 agências no primeiro trimestre, ampliando o número de unidades extintas desde o ano passado. O banco fechou 150 agências nos últimos 12 meses.

Gestão do lucro

Esses cortes de postos de trabalho, assim como o fechamento de agências no Santander, são injustificáveis e mostram que os bancos estão preocupados com a gestão do lucro e não com a gestão das pessoas. Os bancos brasileiros vêm obtendo a mais alta rentabilidade da economia do país e de todo o sistema financeiro internacional.

A resposta dos bancários será intensificar a mobilização contra as demissões e o fechamento de agências, por mais contratações e pelo fim da rotatividade e das terceirizações, como forma de proteger e ampliar o emprego da categoria e da classe trabalhadora.

Itaú

O lucro líquido recorrente do Itaú de R$ 4,529 bilhões no primeiro trimestre significa uma alta de 29% em relação ao mesmo período do ano passado e uma queda de 3,2% em comparação com o trimestre anterior, segundo análise do Dieese.

A carteira de crédito do banco cresceu 11,4% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 480,1 bilhões (no trimestre houve queda de 0,3%). As operações com pessoas físicas cresceram 10,3% em 12 meses, chegando a R$ 180,6 bilhões, o que representa 35,5% do total da carteira. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 227,7 bilhões, com elevação de 9,7% em comparação ao 1º trimestre de 2013, totalizando 44,8% do total do crédito.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 1,0 ponto percentual, ficando em 3,5% no 1º trimestre do ano (-0,2 ponto percentual no trimestre). Com isso, o Itaú reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 14,3% em relação a março de 2013.

Atendendo a um calendário de dedução para ajustes do patrimônio de referência dos bancos definido pelo Banco Central para o cumprimento de Basileia III (padrões globais de requerimento de capital apurado pelo Consolidado Operacional), o banco apresentou redução de 3,3 pontos percentuais no índice de Basiléia, que ficou em 15,6% (era 18,9% em março de 2013).

As receitas com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 16,3% em 12 meses, subindo para R$ 6,490 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram apenas 3,8%, passando para R$ 3,788 bilhões. Com isso, a cobertura das receitas em relação a essas despesas chegou a 171,3% em março de 2014. Ou seja, o banco pagou a folha de pagamento dos funcionários e ainda sobrou 71,3%, faltando pouco para completar duas folhas.

Santander

O lucro líquido gerencial (que desconsidera a despesa de amortização de ágio referente à compra do Banco Real) de R$ 1,428 bilhão do Santander no primeiro trimestre representa uma queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado e um crescimento de 1,3% no trimestre, conforme análise do Dieese.

A carteira de crédito ampliada do banco cresceu 7,2% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 275,2 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 5,9% em relação a março de 2013, chegando a R$ 75,6 bilhões, o que significa 27,5% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 111 bilhões, com elevação de 6,6% em comparação ao 1º trimestre de 2013, totalizando 40,3% do total do crédito.

Outros R$ 37,4 bilhões (ou 13,6% da carteira de crédito total) são gerados fora da rede de agências (pelos correspondentes bancários). A carteira é chamada de "financiamento ao consumo" e apresentou crescimento de 3,3% em 12 meses. Desse total, R$ 30,6 bilhões referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física (81,8% do total).

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 2,0 pontos percentuais, ficando em 3,8% no 1º trimestre do ano (-0,1 ponto percentual no trimestre). Com isso, o Santander reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 19,2% em relação a março de 2013.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 1,8% em 12 meses, atingindo R$ 2,633 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram apenas 0,4%, ficando em R$ 1,760 bilhão. A cobertura dessas despesas pelas receitas subiu de 147,5% para 149,6% em março de 2014. Isso significa que o banco pagou toda a folha de pagamento dos funcionários e ainda restou dinheiro para pagar outra metade da folha.

A carteira de clientes cresceu significativamente: 2,2 milhões em um ano, ou 545 mil apenas no primeiro trimestre de 2014. Isso significa que com a redução de empregos os atuais funcionários estão sobrecarregados de serviços, o que prejudica o atendimento. Não é à toa que o Santander liderou nos três primeiros meses do ano o ranking de reclamações de clientes no Banco Central.

Fonte: Contraf-CUT com Dieese

A Contraf-CUT, federações e sindicais irão questionar o Itaú nesta quinta-feira (27), às 14h30, em São Paulo, sobre a falta de segurança do novo modelo de "agências de negócios" do banco, onde trabalham bancários, funcionam caixas eletrônicos, mas não existem vigilantes nem equipamentos de segurança. A negociação foi solicitada pela Contraf-CUT, no último dia 7.

O problema também já foi denunciado por meio de ofícios enviados pela Contraf-CUT ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal, em Brasília, requerendo "providências para fiscalizar essas agências e fazer com que o banco adote procedimentos de segurança para proteger a vida das pessoas".

Clique aqui para ler a carta ao Ministério da Justiça.

Os bancários estão trabalhando em estabelecimentos completamente inseguros, colocando diariamente em risco as suas vidas. Uma dessas agências foi paralisada no início de fevereiro pelos bancários em São Paulo, como forma de protesto contra a insegurança.

Esse modelo vulnerável de agências descumpre frontalmente a lei federal nº 7.102/83, na medida em que há guarda e movimentação de numerário diante da existência de caixas eletrônicos, onde ocorrem operações de abastecimento e saques em dinheiro.

O que diz a lei 7.102/83

Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta lei.

Parágrafo 1º - Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo compreendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos de atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas singulares de crédito e suas respectivas dependências.

Reunião preparatória da COE do Itaú

Antes da negociação com o banco, a COE do Itaú se reúne nesta quinta-feira, às 9h30, na sede da Contraf-CUT, para preparar os debates com o banco. Também será debatida a retomada das negociações acerca da pauta específica dos funcionários.

Fonte: Contraf-CUT

O Itaú informou a Contraf-CUT nesta quinta-feira 20 que a PLR que será paga no dia 27 virá pelo teto. Ou seja, será a regra básica majorada, de 2,2 salários limitados a R$ 19.992,46, mais parcela adicional de 2,2% do lucro líquido distribuído linearmente com teto de R$ 3.388,00 - descontado o que foi pago na primeira parcela depositada no segundo semestre do ano passado.

A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assinada ao final da Campanha Nacional dos Bancários de 2013 estabelece como regra básica da PLR o pagamento de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 - limitada a R$ 9.087,49 individualmente. Mas se a soma desses valores ficar abaixo de 5% do lucro líquido do banco, a regra básica da PLR salta para 2.2 salários, com teto de R$ 19.992,46.

E como o lucro recorde de R$ 15,8 bilhões do Itaú em 2013 ficou abaixo dos 5%, pagará a regra básica majorada.

Pela Convenção Coletiva, a parcela adicional é determinada pela divisão linear da importância equivalente a 2,2% do lucro líquido pelo número total de funcionários, até o limite individual de R$ 3.388,00.

Dos valores tanto da regra básica quanto da parcela adicional que cada bancário do Itaú receberá no dia 27 será descontado o que já foi pago na primeira parte da PLR, depositada no dia 25 de outubro do ano passado.

Fonte: Contraf-CUT

agendaitauNão constitui novidade histórica a intensa participação dos banqueiros e seus bancos privados no golpe de Estado que depôs em 1964 o presidente constitucional João Goulart. Nem o financiamento do aparato repressivo de tortura, morte e desaparecimentos forçados, por parcela expressiva de donos de instituições financeiras, nas décadas de 1960 e 70. O que é incrível, a julgar pela agenda 2014 distribuída pelo Itaú a clientes, é que o tempo pareça ter congelado. No dia 31 de março, a agenda registra o "aniversário da revolução de 1964″. Como reconhecem as consciências dignas, não houve uma "revolução'' meio século atrás, e sim um golpe desferido com as armas da sociedade golpista entre segmentos militares e civis, como os banqueiros (alguns viraram ministros). "Revolução'', em referência à instauração da ditadura, é palavra consagrada na boca de marechais e generais como Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo, os presidentes-ditadores do ciclo encerrado em 1985. Quem falava "revolução'' eram torturadores como o delegado Fleury, o policial Borer e o então major Ustra - este, vivo, fala até hoje. A agenda do Itaú também reproduz a data da versão golpista, 31 de março, mas Goulart ainda estava no Palácio Laranjeiras no começo da tarde de 1º de abril. O golpe foi mesmo em 1º de abril, o dia da mentira - os golpistas diziam salvar a democracia. Pior ainda, o "aniversário da revolução de 1964″ está na agenda no mesmo contexto festivo de outras datas: deveria ser celebrado, feito o dia internacional do livro infantil (2 de abril) e o dia do obstetra (12 de abril). Já se passaram 50 anos. Passaram mesmo? Outro lado - Na tarde da última quinta-feira, a pedido do blog  (do Mário Magalhães), o Itaú se pronunciou sobre o post acima. Eis a íntegra: "O Itaú Unibanco informa que a agenda distribuída aos clientes conta com informações sobre datas relevantes ao longo do ano. O banco é apartidário e, em hipótese alguma, pretende defender uma posição política no conteúdo entregue aos correntistas." Banco do Brasil – O Banco do Brasil também já deu suas “escorregadas”. Em julho de 2012, o Sindicato dos Bancários de SP realizou ato em repúdio ao trecho de uma apostila do curso de formação de segurança do BB, que distorcia e criminalizava a luta realizada pelos movimentos de esquerda no combate à ditadura militar – ou melhor, civil-militar, já que teve o apoio de diversos setores da sociedade, caso das instituições financeiras. Fontes: Blog do Mário Magalhães / Contraf-CUT e Seeb SP/Redação  

A Contraf-CUT enviou ofício à direção do Itaú na sexta-feira 7 solicitando reunião urgente para discutir a implementação do novo modelo de "agências de negócios", onde trabalham bancários, funcionam caixas eletrônicos, mas não existem vigilantes nem equipamentos de segurança.

Segundo a Contraf/CUT já há conhecimento de que algumas dessas agências, inclusive localizadas em shopping, foram assaltadas, trazendo medo e insegurança para funcionários e clientes do banco, o que é bastante preocupante.

Na quinta-feira 6, a Contraf-CUT denunciou essa iniciativa do Itaú ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal, solicitando que tomem providências "para fiscalizar essas agências e fazer com que o banco adote procedimentos de segurança para proteger a vida das pessoas".

Os bancários estão trabalhando em estabelecimentos completamente inseguros, colocando diariamente em risco as suas vidas. Esse modelo vulnerável de agências descumpre a lei federal nº 7.102/83, na medida em que há movimentação de numerário diante da existência de caixas eletrônicos, onde ocorrem operações de abastecimento e saques em dinheiro.

Para a Confederação, a instalação da porta de segurança e a presença de vigilantes são hoje indispensáveis para trazer segurança aos bancários e clientes. "É inadmissível que um banco, que apresentou lucro recorde de R$ 15,8 bilhões em 2013, coloque em risco a vida de trabalhadores e clientes", denuncia a Contraf-CUT no ofício.

Veja aqui o documento enviado pela Contraf-CUT ao Ministério da Justiça. Fonte: Contraf/CUT

O Itaú anunciou nesta terça-feira 4 lucro líquido recorrente de R$ 15,836 bilhões em 2013, o maior resultado da história do sistema financeiro nacional, que representa crescimento de 12,8% em relação ao ano anterior. A lucratividade (lucro líquido sobre patrimônio líquido) foi de 20,7%, o dobro da média do sistema financeiro mundial. Apesar disso, o Itaú fechou 2.734 postos de trabalho em 2013, quando a economia brasileira gerou 1,1 milhão de novos empregos com carteira assinada.

Esse resultado, somado com o do Bradesco e do Santander, mostra que os três maiores bancos privados que operam no país lucraram R$ 34 bilhões e fecharam 10.001 postos de trabalho em 2013.

"Esse tipo de comportamento não pode mais ser tolerado pela sociedade brasileira. Os bancos são os mais rentáveis de toda a economia brasileira e de todo o sistema financeiro internacional. E dentre os bancos, o Itaú é um dos que tem a maior rentabilidade. Fechar postos de trabalho nesse cenário amplamente favorável é boicotar o desenvolvimento econômico e social do país e jogar contra o país", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

O principal desafio dos bancários em 2014 é lutar contra as demissões, por mais contratações e pelo fim da rotatividade e das terceirizações, como forma de proteger e ampliar o emprego.

Para o presidente da Contraf-CUT, além do fechamento de postos de trabalho, há outros fatos a indicar que o Itaú joga contra o desenvolvimento econômico e social do país, entre os quais o de liderar a campanha de terrorismo econômico para forçar o Banco Central a elevar a taxa Selic e impor a agenda neoliberal ao governo federal.

Os mais recentes exemplos vêm do economista-chefe do banco, Ilan Goldfajn. Além de defender, em artigos de jornais, que o governo tome medidas de austeridade para provocar demissões e reduzir a massa salarial, durante o recém-concluído Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, disse ao jornal Financial Times que o Brasil não tem uma economia estável e sustentável. "É essa economia instável que permite aos seus patrões embolsarem R$ 15,8 bilhões esfolando a população com os mais altos juros e spread do mundo?", questiona Cordeiro.

O balanço

O lucro recorde do Itaú em 2013 foi consolidado pelo resultado do quarto trimestre do ano, que atingiu 4,646 bilhões, aumento de 16,4% em relação ao terceiro trimestre e de 33,05% sobre igual período de 2012. Se a rentabilidade no ano todo ficou em 20,7%, com alta de 2,3 pontos percentuais, no trimestre chegou a 23,7%, segundo análise do Dieese sobre o balanço.

Tomando-se isoladamente os últimos três meses de 2013, a evolução do estoque de emprego foi positivo, com criação de 149 postos de trabalho. No consolidado do ano, porém, o banco fechou 2.734 vagas.

A carteira de crédito atingiu R$ 509,9 bilhões, com crescimento de 13,5% no ano e 6,0% no quarto trimestre. No segmento de pessoa física, o crescimento foi de 12,2% no ano, totalizando R$ 168,7 bilhões, com destaque para o crédito consignado (alta de 66,6%), o crédito imobiliário (+34,1%) e o cartão de crédito (+33,5%). Já no crédito para pessoa jurídica, que atingiu R$ 275,6 bilhões, houve um crescimento de 11,6% no ano, com destaque para as grandes empresas (20,4%).

Cai a inadimplência

O resultado foi impactado pelo crescimento das receitas de prestação de serviço e tarifas e, em especial, pela redução das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa, manobra contábil que em anos anteriores permitiu aos bancos maquiar os balanços e reduzir a PLR dos bancários.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou recuo de 1,1 ponto percentual, fechando 2013 em 3,7%, o menor nível histórico desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em novembro de 2008. No trimestre, esse índice caiu 0,2 ponto percentual. As despesas de provisão para devedores duvidosos sofreram uma significativa redução de 30,5% em relação a 2012, totalizando R$ 13,5 bilhões.

As despesas de pessoal cresceram 9,3%, totalizando R$ 15,3 bilhões, enquanto as receitas de prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 18,5%, atingindo R$ 24,1 bilhões. Com isso, o banco cobre as despesas de pessoal com essas receitas secundárias, com um excedente equivalente a 57% dessas despesas (em 2012, esse excedente foi de 44,8%).

Veja aqui os principais dados do balanço analisados pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

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