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Bradesco quer ´humanizar BIA e robotizar humanos´, alerta diretora

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O Bradesco anunciou recentemente que sua atendente de inteligência artificial na internet, a BIA, passou a responder questões com conteúdo agressivo e que configurem assédio e preconceito de gênero de forma mais assertiva. 

Segundo relatório do banco BIA recebeu no ano passado cerca de 95 mil mensagens ofensivas, e a mudança nas respostas objetiva expor a gravidade do problema e buscar coibir tais ações na sociedade. No entanto, alerta a diretora sindical Anaide Silva, o Bradesco deveria se preocupar mais com os funcionários reais do que com a assistente virtual.

Confira sua análise e alerta no artigo abaixo.

 

Vamos falar de assédio no Bradesco

O assédio é uma das principais causas de adoecimento de bancárias e bancários na atualidade. E nós, representantes dos trabalhadores e que estamos sempre presentes nos locais de trabalho, temos o desafio de atuar no combate a ele, que se dá de forma real, diariamente, nas agências.
Exemplo da abrangência deste trabalho é que observamos um aumento significativo de violência doméstica em nossa categoria durante o home office, e fizemos proposta em negociação com a Fenaban de inclusão de cláusulas protetivas e de apoio a bancárias em situação de vulnerabilidade em nossa CCT.
Mas, paralelo a esse trabalho, o Bradesco lança a campanha da BIA, sua inteligência artificial. Entendemos que há de fato uma preocupação pois tudo o que faz alusão à mulher na sociedade passa pela questão de assédio e precisa ser combatido. Nesta campanha, porém, o banco tenta claramente humanizar sua inteligência artificial, ao passo que desumaniza suas funcionárias, que são mulheres de verdade.
Mulheres que sofrem o assédio na pele, mas que, assim como aparece no vídeo veiculado pelo banco, devem permanecer mudas, pois ao contrário da BIA não estão autorizadas a responder prontamente para se defender do assédio.
Diretora sindical Anaide Silva, também funcionária do Bradesco.

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