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Campanha “Se é Público é para todos” é lançada no ABC

Banco do Brasil
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Defender os bancos públicos é defender o Brasil

[caption id="attachment_11215" align="alignright" width="616"]Lançamento da campanha Abertura do evento de lançamento no ABC da campanha "Se é Público é para todos" na sede social do Sindicato. Na mesa, da esquerda para a direita: Jair Ferreira, presidente da Fenae; Maria Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas; Luis Nassif, jornalista e economista; Belmiro Moreira, presidente do Sindicato; Wagner Nascimento, coordenador da Comissão dos empregados do BB; Roberto Von del Osten, presidente da Contraf/Cut; João Moraes, dirigente da FUP.[/caption]

No último dia 20 o sindicato realizou o lançamento no ABC da campanha "Se é público é para todos, defender os bancos públicos é defender o Brasil" patrocinada pelo Comitê Nacional em defesa das empresas públicas. Participaram do evento o economista Luis Nassif; o presidente da Contraf/Cut, Roberto Von del Osten; o presidente da Fenae, Jair Ferreira; o coordenador da Comissão dos empregados do Banco do Brasil, Wagner Nascimento; o dirigente da Federação Única dos Petroleiros, João Moraes; o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira; e a coordenadora do Comitê, Maria Rita Serrano. Os convidados debateram a importância dessa campanha e dos bancos públicos para o desenvolvimento do país e a necessidade de resistência ao governo golpista que tem como projeto entregar o capital público para o privado.

Na abertura do evento os convidados falaram sobre a importância das empresas públicas. Para Belmiro Moreira, os bancos públicos têm um papel fundamental na discussão do crédito e na taxa de juros. “Os bancos públicos podem fomentar uma economia e por isso é importante uma campanha como essa onde discutimos a importância da empresa pública”, disse.

“Essa campanha que estamos lançando no ABC, que já tomou o Brasil, tem por objetivo chamar a atenção da sociedade para o momento que estamos vivendo. O governo golpista fala em privatização dos serviços e diminuição dos recursos voltados para saúde, educação, previdência, entre outros”, explica Maria Rita Serrano.

Para Luiz Nassif a história do Brasil no século XX foi escrita pelos funcionários públicos e pelas empresas públicas. “Nos anos 40 quando começa o processo de industrialização e planejamento, são essas empresas que acolhem os principais planos e as principais demandas públicas. O BB, a Caixa e o BNDEs começam a pensar a longo prazo e a partir dos anos 50, a Petrobrás como elemento central da políticas de industrialização”.

O presidente da Contraf/Cut diz que essa campanha é fundamental pois dá visibilidade a questão central do problema entre o que é público e o que é privado. “Existe um segmento da sociedade que quer um estado mínimo e um segmento que quer um estado forte e protagonista de políticas públicas e as empresas públicas são fundamentais para esse processo”, disse Roberto Von del Osten.

“Se a gente não tem as empresas públicas com esse viés de olhar o estado e o cidadão, nós vamos ter cada vez mais pessoas excluídas desse processo e essa campanha tem esse papel”, explica Jair Ferreira.

Para Wagner Nascimento o lançamento de uma campanha dessa na atual conjuntura é de extrema importância para o fortalecimento das empresas públicas. “Nós passamos por um período na atual política brasileira que tenta mostrar que as empresas públicas são de péssima qualidade e de que o interesse dessas empresas não é o interesse da sociedade, mas é justamente o contrário, elas tem muita qualidade e tem uma grande preocupação com a sociedade”.

“No caso da Petrobrás, a empresa é de suma importância na economia brasileira pois cabe a ela fornecer a energia que move o país e se essa energia for tratada meramente como uma comodities ou mercadoria, o povo terá dificuldade ao acesso ao gás de cozinha por exemplo”, disse o presidente da FUP.

O evento, que aconteceu na sede social do Sindicato, foi encerrado com a apresentação da banca Hora Certa, formada por funcionários da Caixa.

Campanha

Depois do lançamento oficial em 6 de junho, no Rio de Janeiro, com forte repercussão, a campanha Se é público, é para todos,organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, ganhou projeção internacional ao ser adotada pelas entidades que integram a UNI Americas Finanzas, com atuação em países da América Latina. Nesse mês de julho, a campanha também foi destaque na conferência estadual da categoria bancária organizada pela Fetec-CUT em São Paulo no dia 16 passado.

Tanto na Conferência como no lançamento no ABC, foram ressaltadas as premissas da campanha: a defesa de empresas, serviços e demais bens públicos, que estão sob ameaça com o governo golpista de Michel Temer e nas dezenas de “pautas-bomba” presentes no Congresso Nacional. Isso significa não apenas o risco de privatização, mas também da redução do emprego e direitos para os trabalhadores das estatais e, de forma mais ampla, de retrocesso em todos os setores da sociedade, desde as relações de trabalho até investimentos em educação, saúde, moradia etc.

“No caso dos bancos públicos, por exemplo, as perdas seriam imensas, com o corte ou mesmo extinção de programas sociais importantíssimos no combate à desigualdade”, explica Maria Rita Serrano, que também é representantes dos empregados no Conselho de Administração da Caixa. Gestado na luta contra a aprovação do PLS 555 (que acabou sendo sancionado recentemente, mas perdeu a essência privatista após intensa mobilização do movimento sindical e social), o comitê é formado por seis centrais sindicais, com o apoio de entidades como a Fenae e FUP, entre diversas outras que representam trabalhadores de todo o Brasil.

Bancos públicos

Nos governos Lula e Dilma, houve uma valorização dos bancos públicos, o que levou essas instituições a retomarem seu papel de protagonistas no desenvolvimento do Brasil, com a implementação de projetos voltados a suprir necessidades básicas dos brasileiros, como moradia (Minha Casa Minha Vida, crédito habitacional), alimentação (Bolsa Família e programas para incentivar a agricultura familiar), crédito agrícola para o pequeno e médio produtor, educação (Pro-Uni, Ciências sem Fronteiras), entre vários outros, desenvolvidos especialmente pela Caixa e Banco do Brasil. Caixa

Com um lucro de R$ 7,2 bilhões no ano passado a Caixa alcançou a segunda posição no ranking dos maiores bancos do país em ativos (dinheiro, depósitos no Banco Central, títulos públicos e privados, empréstimos etc.), ultrapassando o Itaú, segundo dados do Banco Central. A liderança da lista segue com o Banco do Brasil. De dezembro a março, os ativos da Caixa cresceram 3,08%, passando de R$ 1,203 trilhão para R$ 1,242 trilhão. Já os do Itaú recuaram 6,6%, de R$ 1,285 trilhão para R$ 1,204 trilhão. Banco do Brasil

O BB, banco público de economia mista, é o primeiro no ranking dos maiores bancos do país em ativos. Seus ativos também cresceram no primeiro trimestre de 2015, passando de R$ 1,438 trilhão para R$ 1,443 trilhão – uma expansão de 0,28% e mantendo o banco estatal no ranking das maiores instituições financeiras do País. O lucro no ano passado foi de R$ 14,4 bilhões Governo Temer

Gilberto Occhi, novo presidente da Caixa, afirmou que é favorável a privatização de algumas áreas da Caixa, a primeira etapa abrangeria as áreas de seguro, loterias e cartões. A empresa já está alterando seu foco na área habitacional ao definir financiamento para a alta renda, em detrimento dos programas para as famílias mais carentes. Na mesma linha, vai a presidenta do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, ao defender concessões, privatizações e parcerias público-privadas. O BB já anuncia a venda de ativos do banco Votorantim e Patagônia, além da privatização na área de cartões e os bancos já implementam uma agenda de diminuição no número de agências, empregados e direitos conquistados.

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