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Democracia exige sindicatos grandes e fortes, diz presidente da CUT

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Sérgio Nobre participou do CECUT DF, estado que promoveu congresso, assim como BA e MG. Outros 10 encontros estaduais ocorrem nesta semana 

 

Democraciarotativo2208O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, tem percorrido todas as regiões do país para participar dos Congressos Estaduais da Central (CECUTs), encontros que atualizam as agendas de lutas, elegem as novas direções e definem delegados, delegadas e bandeiras que as regionais levarão ao 14º Congresso Nacional (CONCUT), a ser realizado em outubro deste ano.

Na última sexta-feira (18), Sergio Nobre esteve presente na abertura do CECUT-DF e como já havia feito em outros estados, falou mais uma vez sobre o papel essencial das organizações sindicais que prestaram solidariedade e levar informação à população, durante a pandemia de Covid-19. Além de apresentar uma pauta que considera prioritária para o próximo período

Dentre os pontos destacados pelo presidente da CUT Nacional, está uma reforma que reorganize a estrutura dos sindicatos e que faça os verdadeiramente representativos sobreviverem.

“Não podemos permitir que sindicatos que não representem nada tenham vida em nosso país. Sindicato para representar, arrecadar, tem de comprovar que tem vida, sócio, negocia, traz conquista. Temos mais de 12.500 sindicatos e no mínimo 40% não cumprem seu papel. Muitas das críticas que sofremos não são por conta dos sindicatos da CUT que fazem luta, mas por conta dessas entidades”, afirmou.

Segundo ele, a mesa nacional instalada durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é fundamental para rediscutir parâmetros para nortear o trabalho das entidades fundamentais para o país.

“Esse debate será muito importante para fortalecer a negociação coletiva. Não podemos perder a oportunidade ter um modelo novo sindical no Brasil porque a democracia exige sindicatos grandes e muitos fortes”, defendeu.

Novo recorte

De acordo com o dirigente, a CUT estabeleceu como prioridade discutir a representação dos trabalhadores e trabalhadoras informais e a estrutura sindical criada há 40 anos, ainda preponderante do país, mas que não serve para uma realidade em que boa parte não possui carteira assinada ou integra o grupo de servidores públicos concursados.

Ainda sobre o funcionalismo, o presidente defendeu o direito dos servidores à negociação em toda as esferas de poder e a aprovação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o tema.

Sérgio Nobre voltou a falar sobre a importância da prisão do ex-presidente, hoje inelegível, Jair Bolsonaro (PL), para a democracia como forma de responsabilização por conta das 700 mil mortes durante a pandemia e tratou da importância de a esquerda e a classe trabalhadora crescerem nas próximas eleições municipais.

O dirigente ressaltou que a vitória nas eleições prévias na Argentina do candidato da extrema direita, Javier Milei, precisa servir de alerta ao Brasil para deixar claro que o bolsonarismo está longe de ter sido derrotado.

“Sabíamos que o governo tinha dificuldade, mas não que uma figura que defenda fechar o Ministério da Educação, o Banco Central, cortar metade dos servidores públicos do país, liberar arma, fosse capaz de fazer maioria na Argentina”, ressaltou.

Sob nova direção

O CECUT-DF, do qual Sérgio Nobre participou, terminou no domingo (20), com a definição da nova diretoria, que será novamente comandada pelo professor Rodrigo Rodrigues. Ele falou sobre os caminhos que serão adotados na nova gestão.

“Os quatro anos que temos pela frente são completamente diferentes dos últimos quatro anos de mandato. Isso nos coloca em uma posição em que, ora temos que defender um projeto de Estado que ajudamos a eleger, ora temos que mobilizar a classe trabalhadora para reivindicar os nossos direitos. Temos que ter clareza de qual é o nosso papel enquanto sindicalistas e, principalmente, enquanto direção da nossa Central: temos que ter um papel classista. A luta de cada uma das nossas entidades, a luta de cada uma das nossas categorias, é a luta da classe trabalhadora”, indicou Rodrigo Rodrigues.

As eleições nos CECUTS-BA e MG

Na Bahia, o 16º CECUT-BA, realizado entre 14 e 16 de agosto, também referendou a continuidade da presidenta Maria Madalena, a Leninha, à frente da estadual pelos próximos quatro anos.

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“Pegamos um período desafiador em todas as esferas, seja diante dos governos, da necessidade de lidar com novas tecnologias, com a pandemia da Covid-19, temos um balanço positivo. Agora é hora de pensar o futuro com os aprendizados que tivemos”, afirmou Leninha.

A CUT-MG Gerais seguiu o mesmo caminho das demais estaduais e reconduziu o presidente Jairo Nogueira Filho ao comando ao final do 14º CECUT. Representante do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais, ele fez um balanço da última gestão e apontou as perspectivas para o próximo período.

“Conseguimos incluir mais sindicatos na direção e prosseguimos com a responsabilidade de levar esta bandeira que é o lema do nosso CECUT, Democracia, trabalho e luta; resistir em Minas Gerais, para devolver a dignidade e os direitos da classe trabalhadora. Vamos lutar muito para que a nova diretoria consiga atender aos anseios de trabalhadoras e trabalhadores”, disse Jairo Nogueira, após a vota.

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Mobilização continua

A próxima semana, penúltima dos congressos estaduais, reunirá o maior número de encontros, com 10 atividades agendas entre os dias 23 e 27 de agosto. A CUT-RN abrirá os trabalhos nos dias 23 e 24, seguida pela CUT-MS, entre 24 e 26.

A partir do dia 25 a CUT-RR, CUT-AL, CUT-AP, CUT-ES, CUT-PA, CUT-PB, CUT-SP e CUT-TO fecharão os eventos na penúltima semana de CECUTs, que têm o papel de atualizar as estratégias de luta, definir as novas direções e os delegados e delegadas que representarão os estados no 14º CONCUT, marcado para ocorrer entre os dias 19 e 22 de outubro, em São Paulo com o tema “Luta Direitos e Democracia que Transformam Vidas!”.

O encontro nacional celebra os 40 anos da maior central sindical do Brasil e da América Latina, apontará as frentes de atuação em meio ao primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcado por debates importantes como a retomada das políticas para a indústria e o impacto sobre a classe trabalhadora, a regulação do mercado para trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo e a revisão da política ambiental com foco em uma transição justa e igualitária.

Fonte: CUT

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